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BELLA: o cabo EllaLink entre a América do Sul e a Europa e a futura expansão da RedCLARA

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Em 2021, a América do Sul poderá contar pela primeira vez com um sistema de cabos submarinos de comunicação de última geração conectado diretamente à Europa. Em 14 de dezembro de 2020, a EllaLink, proprietária do cabo submarino de mesmo nome, e a Alcatel Submarine Networks (ASN), responsável pela fabricação e implantação do sistema de cabos, realizaram a ancoragem do cabo EllaLink na Praia do Futuro, em Fortaleza, capital do estado brasileiro do Ceará. A ligação entre Fortaleza e Sines, em Portugal, numa distância de cerca de 6000 km, está prevista para ser concluída em Janeiro de 2021, sendo que o cabo resultante deverá estar pronto para funcionar no segundo trimestre de 2021.

(By Michael Stanton, Network Scientist at RNP, Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar., Jan 11th, 2021) Este é apenas o segundo link direto de cabo de fibra óptica entre a América do Sul e a Europa. Em 2000, o cabo Atlantis-2 foi lançado entre Argentina e Portugal, com pontos de aterrisagem no Brasil, Cabo Verde, Senegal e Ilhas Canárias (Espanha). No entanto, a tecnologia adotada no Atlantis-2 não deu conta da grande explosão no tráfego de dados que aconteceu com o advento e popularização da Internet, tendo sido instalada com uma capacidade bruta de 40 Gigabits por segundo (Gb/s). Como resultado, três outros sistemas de cabo (Globenet, SAC e SAm-1) com capacidade muito maior, habilitados pelo uso da tecnologia mais avançada DWDM (Dense Wavelength Division Multiplexing) e construídos por volta do mesmo ano de 2000 entre a América do Norte e América do Sul, dominaram por muitos anos quase todo o tráfego internacional da Internet entre a América do Sul e a Europa. A partir de 2014, uma nova geração de cabos de capacidade ainda maior foi construída entre as Américas do Norte e do Sul usando tecnologia de 100 Gb/s (AMX-1, Seabras-1, Monet, BRUSA), e em 2019 dois cabos semelhantes já estavam operando entre Fortaleza e África Subsaariana (SACS, SAIL).

O futuro cabo transatlântico entre América do Sul e Europa terá uma capacidade máxima de dados de 72 terabits por segundo (Tb/s), dos quais mais de 9%, o equivalente a 6,75 Tb/s, estão sendo adquiridos para o uso dedicado das comunidades de pesquisa e educação (P&E) na América Latina e Europa durante a vida útil do cabo, inicialmente estimada em 25 anos. A obtenção desse acesso ao cabo EllaLink é um dos dois objetivos principais do Programa BELLA (Building the Europe Link to Latin America, ou Construindo o Link da Europa com a América Latina). O outro é proporcionar a capilaridade adequada para o acesso latinoamericano ao cabo EllaLink, por meio da atualização das redes de P&E na região. As redes de P&E na América Latina que atualmente participam de BELLA incluem as redes nacionais do Brasil (RNP), Chile (REUNA), Colômbia (RENATA) e Equador (CEDIA), bem como a rede regional da América Latina (RedCLARA). Na Europa, as redes de P&E participantes são as da França (RENATER), Alemanha (DFN), Itália (GARR), Portugal (FCCN) e Espanha (RedIris), bem como a rede regional europeia (GÉANT). Os investimentos do lado europeu estão sendo feitos pela Comissão Europeia (CE), e o lado latinoamericano conta com o apoio financeiro das próprias redes nacionais envolvidas e da RedCLARA.

Entre as aplicações na área de P&E, a capacidade a ser disponibilizada pelo cabo EllaLink poderá ser utilizada para colaborações em larga escala envolvendo pesquisadores das duas regiões. Estas incluirão Copernicus, o programa europeu de observação da Terra, experimentos em Física de Altas Energias envolvendo o acelerador de partículas no Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN), e o uso de telescópios ópticos (ESO) e de rádio (ALMA), entre outros localizados no Chile.

A nova conexão também reduzirá substancialmente a latência na propagação do sinal entre a Europa e a América do Sul, diminuição que pode chegar a 50% em alguns casos, possibilitando maior interatividade e respostas mais rápidas entre pesquisadores que acessam dados remotos no outro continente.

O cabo, em instalação desde dezembro de 2020, liga as cidades de Fortaleza, no Brasil, e Sines, em Portugal, e inclui pontos de aterrisagem no Funchal (Ilha da Madeira, Portugal) e Praia (Cabo Verde), conforme mostrado na Figura 1. Esta cobertura estará finalizada e apta para uso no segundo trimestre de 2021.

 

Figura 1: A primeira fase da construção do cabo EllaLink (cortesia EllaLink)

 

Uma segunda fase de extensão do EllaLink deve incluir ramais que alcançarão pontos de aterrisagem em Marrocos, Las Palmas (Ilhas Canárias, Espanha), Mauritânia, Senegal, Kourou (Guiana Francesa) e São Paulo e Rio de Janeiro (Brasil).

Conforme já mencionado, o programa BELLA também inclui a provisão de capilaridade adequada para o acesso latinoamericano ao cabo EllaLink alocado em Fortaleza, por meio da atualização das redes de P&E na América Latina. Este processo está sendo coordenado pela RedCLARA, envolvendo inicialmente as redes nacionais que participam do projeto (Brasil, Chile, Colômbia e Equador). Cada uma dessas redes participa atualizando a capacidade de sua infraestrutura de rede nacional com o objetivo de suportar vários links internos de 100G, alguns dos quais serão disponibilizados para uso pela própria RedCLARA. Além disso, a rede regional está adquirindo infraestrutura semelhante para interconectar essas quatro redes parceiras, bem como outras redes nacionais que desejem se juntar ao programa no futuro. O mapa na figura 2 mostra a topologia de rede esperada para RedCLARA em 2021.

 

Figura 2: A topologia planejada para RedCLARA em 2021

 

A nova topologia da RedCLARA também fornecerá acesso adequado aos sistemas de cabos internacionais existentes em uso por redes de P&E na América do Sul, especialmente as conexões com a América do Norte e a África, em colaboração com o grupo CIARA, da Florida International University (FIU), e a rede nacional sul-africana Tenet-Sanren.

 

Reconhecimento

BELLA II recebe financiamento da União Europeia através do Instrumento de Vizinhança, Desenvolvimento e Cooperação Internacional (NDICI), ao abrigo do acordo número 438-964 com a DG-INTPA, assinado em dezembro de 2022. O período de implementação dE BELLA II é de 48 meses.

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